A menos que os monitores/orientadores tenham interesse no processo de organização do relatório, não vejo mais motivos para continuar postando no blog. Seria interessante que respondessem por comentário, que eu tivesse uma orientação...
13 de Junho – Assistir o Terceiro filme da Série ✔
14 a 24 de Junho - Fazer comparações de cenas com descrições. ✔
25 a 30 de Junho – Reorganização de todo o material coletado
(J.R.R.Tolkien. O Senhor dos Anéis, O Retorno do Rei. Martins Fontes, São Paulo, 2009. Páginas 5 e 6)
"Como resposta Gandalf gritou para o cavalo:
"Veja, lá está o fogo sobre Amon Din, e a chama sobre Eilenach; e lá vão eles correndo para o oeste :"
"Nardol, "
"Erelas ,"
" Min-Rimmon "
" Calenhad "
"e Halifirien nas fronteiras de Rohan ."
"Pippin ficou sonolento outra vez, e prestou pouca atenção ao que Gandalf lhe dizia sobre os costumes de Gondor, e sobre como o Senhor da Cidade mandara construir faróis nos topos das montanhas externas, ao longo das duas bordas da grande cordilheira, e mantinha postos nesses pontos onde cavalos descansados estavam sempre de prontidão para levar os mensageiros em missões a Rohan no norte, ou a Belfalas no sul. — Faz tempo que os faróis não se acendem — disse ele —, e nos dias antigos eles não eram necessários, pois Gondor tinha as Sete Pedras. — Pippin se agitou, inquieto. "
— Adiante, Scadufax! Precisamos nos apressar. O tempo é curto. Veja! Os faróis de Gondor estão acesos, pedindo socorro. A guerra está acesa. "
"Veja, lá está o fogo sobre Amon Din, e a chama sobre Eilenach; e lá vão eles correndo para o oeste :"
"Nardol, "
"Erelas ,"
" Min-Rimmon "
" Calenhad "
"e Halifirien nas fronteiras de Rohan ."
"Pippin ficou sonolento outra vez, e prestou pouca atenção ao que Gandalf lhe dizia sobre os costumes de Gondor, e sobre como o Senhor da Cidade mandara construir faróis nos topos das montanhas externas, ao longo das duas bordas da grande cordilheira, e mantinha postos nesses pontos onde cavalos descansados estavam sempre de prontidão para levar os mensageiros em missões a Rohan no norte, ou a Belfalas no sul. — Faz tempo que os faróis não se acendem — disse ele —, e nos dias antigos eles não eram necessários, pois Gondor tinha as Sete Pedras. — Pippin se agitou, inquieto. "
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Temos nessa cena uma diferença de fatos se comparada ao livro. Nele, Gandalf vê o farol ser aceso por uma pessoa anônima, o que o motiva a partir em direção ao seu objetivo. No filme vemos esse mesmo farol ser aceso por Pippin, por algum motivo não dito. Provavelmente para dar mais visibilidade ao personagem e trazer mais atitude para sua aparição no filme, que até então não tinha tanta expressão como no livro.
Um cuidado interessante que o produtor tem, é de mostrar todas as regiões mencionadas nessa passagem. Cada Farol é mostrado enquanto se acende e logo a partir dele a cena se volta (literalmente, em um moviento de câmera bastante inteligente que revela toda a geografia singular de cada local e logo aponta para o próximo destino) para outra direção, revelando o proximo farol que entrará em chamas. A passagem " faróis nos topos das montanhas externas, ao longo das duas bordas da grande cordilheira "é tratada com atenção ao mostrar-se fielmente representada no filme. O momento em que menciona a presença de " cavalos descansados estavam sempre de prontidão para levar os mensageiros em missões a Rohan no norte, ou a Belfalas no sul" " é ressaltado pela presença de Aragorn, sentado próximo a cavalos à vista do último Farol aceso, que, ao receber a mesagem, corre para a reunião dos cavaleiros de Rohan e dá-lhes a notícia.
Um cuidado interessante que o produtor tem, é de mostrar todas as regiões mencionadas nessa passagem. Cada Farol é mostrado enquanto se acende e logo a partir dele a cena se volta (literalmente, em um moviento de câmera bastante inteligente que revela toda a geografia singular de cada local e logo aponta para o próximo destino) para outra direção, revelando o proximo farol que entrará em chamas. A passagem " faróis nos topos das montanhas externas, ao longo das duas bordas da grande cordilheira "é tratada com atenção ao mostrar-se fielmente representada no filme. O momento em que menciona a presença de " cavalos descansados estavam sempre de prontidão para levar os mensageiros em missões a Rohan no norte, ou a Belfalas no sul" " é ressaltado pela presença de Aragorn, sentado próximo a cavalos à vista do último Farol aceso, que, ao receber a mesagem, corre para a reunião dos cavaleiros de Rohan e dá-lhes a notícia.
Cena 2:
(J.R.R.Tolkien. O Senhor dos Anéis, O Retorno do Rei. Martins Fontes, São Paulo, 2009. Página 5)
"O mundo escuro passava correndo e o vento cantava alto em seus ouvidos. Não conseguia ver nada exceto as estrelas rodopiantes, e na distância, á sua direita, vastas sombras contra o céu onde as montanhas do sul passavam marchando. "
"Sonolento, tentava calcular os períodos e etapas da viagem, mas sua memória estava entorpecida e cheia de dúvidas . "
"Houvera a primeira cavalgada, numa velocidade alucinante e sem paradas, e depois, na aurora, Pippin vislumbrara um pálido brilho dourado, e eles tinham chegado à silenciosa cidade."
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Esse é o primeiro capítulo do Livro, e narra a viagem de Gandalf e Pippin até Minas Tirith. Porém, o terceiro filme acaba exibindo essa cena depois de pelo menos 30 minutos (varia com a versão do DVD) já que, por conta do tempo limite de cada filme, acabou não podendo acrescentar as mesmas cenas ao final do segundo, ficando logo no início do terceiro. De todos os modos, a cavalgada que, no livro, leva dias e dias, é mostrada no filme em pouco tempo, mas num contraste de cenas, climas e iluminação tão grande, que notamos sim a passagem subjetiva do tempo. Pippin é mostrado sob uma capa cinza, adormecido algumas vezes e bem atento em outras (mais uma marca de passagem dos dias). Scadufax, o cavalo usado por Gandalf, cavalga a uma velocidade acelerada. Suas patas em movimento são focadas diversas vezes e o som de seus cascos é evidenciado sobre a música que toca no mesmo instante, filmagens em plano detalhe que mostram apenas o cavalgar servem principalmente para nos passar a impressão do movimento contínuo. Em nenhum momento além daquele em que alcançam seu destino, Scadufax é mostrado parado, sempre em movimento, com o cavalgar elegante de um cavalo de Rohan. A cidade, descrita apenas como silenciosa, é Minas Tirith,que aparece suntuosa no filme (e mais tarde é descrita como Cidade dos Reis no livro). Ao contrário de todas as outras cidades mostradas no filme, Minas Tirith é a única que traz em sua imagem a legenda subjetiva de "Silenciosa". Não vemos pessoas, movimentos ou qualquer outro tipo de som além da música em background do momento, uma atenção delicada a essa descrição tão sutil.
Cena 3:
(J.R.R.Tolkien. O Senhor dos Anéis, O Retorno do Rei. Martins Fontes, São Paulo, 2009. Página 106)
"Na criatura estava montado um vulto, coberto com um manto negro, enorme e ameaçador. Usava uma coroa de aço, mas entre coroa e capa não havia nada para se ver, exceto apenas o brilho de um olhar mortal: o Senhor dos Nazgúl. Voltara para o ar, chamando sua montaria antes que a escuridão cedesse, e agora vinha de novo, trazendo a destruição, transformando esperança em desespero, e vitória em morte. Brandia uma enorme maça negra. "
" E o Senhor do Escuro a acolhera, alimentando-a com carnes nojentas, até que crescesse além da medida de todos os seres voadores; depois deu-a de presente a seu servidor, para que fosse sua montaria. A criatura veio descendo, descendo, e então, fechando as membranas que lhe cobriam os dedos, soltou um grito crocitante, e pousou sobre o corpo de Snawmana, enterrando nele as garras e abaixando o pescoço longo e nu. "
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A criatura Nâzgul é descrita como algo horroroso: pele nua, asas largas, membranas e um fedor exalando de seu corpo. Tirando a parte do fedor, todas as outras são recriadas em um ser realmente perturbador ao nossos olhos, com uma imagem imponente, reveladora de sua força e influência. O 'Mal" citado logo no início, é representado pelas tonalidades escuras e um verde quase doentio que se reflete sob as paredes do portão. Os dentes e garras são de um predador, ressaltado a possibilidade de requintes de crueldade em suas atitudes. Logo o cavaleiro que o monta é descrito, como um ser sombrio: "Usava uma coroa de aço, mas entre coroa e capa não havia nada para se ver, exceto apenas o brilho de um olhar mortal: o Senhor dos Nazgúl." Vemos essa descrição ser trazida com fidelidade pela montagem de um personagem sem rosto, marcado apenas pela escuridão de suas vestes e armaduras. Ele não traz uma maça negra nas mãos, mas as utiliza para guiar a criatura alada através de uma rédea. Seu passado não é recriado no filme como o fazem no livro, inclusive, não parece haver espaço para esse tipo de detalhamento que de certo modo é dispensável para o seguimento da trama. O Nazgul mergulha em um vôo ameaçador e guincha, emitindo um grito agudo que perturba Sam e Frodo, revelados então, com as mãos tapando os ouvidos diante de um esforço evidente.
Cena 4:
(J.R.R.Tolkien. O Senhor dos Anéis, O Retorno do Rei. Martins Fontes, São Paulo, 2009.. Página 214)
"Chegou a última etapa da viagem para Orodruin, que foi um tormento maior do que Sam jamais sonhara poder suportar."
"Sentia dores, e sua boca estava tão ressecada que ele não conseguia sequer engolir um bocado de comida. "
"Tudo continuava escuro, não apenas por causa da fumaça da Montanha: parecia haver uma tempestade se aproximando, e na distância a sudeste havia um faiscar de relâmpagos sob os céus negros. Pior de tudo, o ar estava cheio de vapores; respirar era difícil e doloroso, e os dois foram dominados por uma tontura, de modo que cambaleavam e freqüentemente caíam. E mesmo assim sua força de vontade não cedeu, e eles avançavam com esforço. " "
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O tormento que o autor narra é evidenciado pelas expressões e suspiros do ator que interpreta Sam. Sua face contraída, cabelos sujos, boca rasgada e pele completamente desgastada dispensam qualquer narrativa sobre sua já óbvia situação. A fumaça descrita emana das pedras à beira do Vulcão em que Frodo e Sam se localizam, e o escuro fica lógico pelo jogo de luzes em que o céu enegrecido é coberto por nuvens e as pedras identificam-se por sombras e reflexos apenas. Nesse momento Frodo (trazido como frágil durante todo o filme) acaba desmaiando pela tontura e Sam o acolhe, usando de suas forças já escassas para carregá-lo até o final dessa cena.
Cena 5:
(J.R.R.Tolkien. O Senhor dos Anéis, O Retorno do Rei. Martins Fontes, São Paulo, 2009. Página 247)
"Então Frodo veio à frente e tomou a corôa de Faramir e levou-a para Gandalf; Aragorn ajoelhou-se, e Gandalf colocou-lhe a corôa Branca sobre a cabeça, dizendo:
— Agora chegaram os dias do Rei, e que sejam bem-aventurados enquanto perdurarem os tronos dos Valar!"
— Agora chegaram os dias do Rei, e que sejam bem-aventurados enquanto perdurarem os tronos dos Valar!"
"Mas quando Aragorn se levantou todos os que estavam presentes o contemplaram em silêncio, pois tiveram a impressão de que ele lhes estava sendo revelado pela primeira vez."
"Alto como os antigos reis dos mares, ele se ergueu acima de todos os que estavam perto; parecia velho em dias, mas na flor da virilidade; e a sabedoria ornava-lhe a fronte, e havia força e cura em suas mãos, e uma aura de luz o envolvia.
-Eis o Rei! "
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Vemos nessa cena uma pequena inversão de papéis se comparada do livro. Quem leva a coroa até Gandalf é Gimli e não Frodo. Isso porque no filme não vemos a relação dos dois se estreitar como acontece no livro, bem mais rico nesse tipo de detalhe mais preciso. Assim, Gimli, quem seguiu Aragorn durante toda a sua aventura, é quem carrega a coroa sob uma almofada e a entrega a Gandalf para a coroação.
No momento em que Aragorn se levanta depois da coroação, o público, ao invés de silenciar-se, como é descrito no livro, acaba por exaltá-lo com vigor. Talvez porque o silêncio nos pareça um sinal se luto, resignação ou mesmo espanto e pelo menos no filme, nesse momento, parecesse inadequado criar qualquer outro tipo de interpretação além do sentimento de alegria que domina a população ao receber seu novo rei, justo e poderoso. Aragorn é filmado de um ponto mais baixo, quando está acima do último degrau, erguendo-se sobre Gandalf e Gimli, dando-nos a impressão clara de sua superioridade nesse intante. Ele não possui uma aura tão evidente como a de Gandalf ou os Éowyn durante o filme, mas há uma luz óbvia jogada sobre ele que se faz reflexo sobre a armadura prateada. As palavras de Gandalf no original em inglês assemelham-se às ditas no livro (também em inglês) e a cena se passa no topo mais alto de Minas Tirith, a já aclamada Cidade dos Reis.
No momento em que Aragorn se levanta depois da coroação, o público, ao invés de silenciar-se, como é descrito no livro, acaba por exaltá-lo com vigor. Talvez porque o silêncio nos pareça um sinal se luto, resignação ou mesmo espanto e pelo menos no filme, nesse momento, parecesse inadequado criar qualquer outro tipo de interpretação além do sentimento de alegria que domina a população ao receber seu novo rei, justo e poderoso. Aragorn é filmado de um ponto mais baixo, quando está acima do último degrau, erguendo-se sobre Gandalf e Gimli, dando-nos a impressão clara de sua superioridade nesse intante. Ele não possui uma aura tão evidente como a de Gandalf ou os Éowyn durante o filme, mas há uma luz óbvia jogada sobre ele que se faz reflexo sobre a armadura prateada. As palavras de Gandalf no original em inglês assemelham-se às ditas no livro (também em inglês) e a cena se passa no topo mais alto de Minas Tirith, a já aclamada Cidade dos Reis.
Cena 6:
(J.R.R.Tolkien. O Senhor dos Anéis, O Retorno do Rei. Martins Fontes, São Paulo, 2009. Página 290)
" Sam viu as longas mãos de Gollum se erguerem até a boca; suas presas brancas brilharam, e se fecharam numa mordida. ""Frodo deu um grito, e lá estava ele, caído de joelhos, na beira do abismo. Mas Gollum, dançando como um louco, erguia o anel, com um dedo ainda enfiado no circulo, que agora brilhava como se realmente fosse feito de fogo vivo ."
" — Precioso, precioso, precioso! — gritava Gollum. — Meu Precioso! Ó, meu Precioso! — E assim, no momento em que erguia os olhos para se regozijar com sua presa, deu um passo grande demais, tropeçou, vacilou por um momento na beirada, e então com um grito agudo caiu. Das profundezas chegou seu último gemido, Precioso, e então ele se foi. "
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Vemos nessa cena a preocupação do produtor de detalhar que Sam observa toda a cena de longe, assim como descrito no livro. A cena da mordida de Gollum é um tanto mais dramática no filme, uma vez que o mostrar literalmente abocanhar o dedo de Frodo e arrancá-lo de uma vez, deixando o sangue e carne completamente à mostra. A frase clichè de Gollum é repetida mais de uma vez, "Meu Precioso!" ele canta enquanto dança alegre com o anel em mãos. E, assim que escorrega da montanha e cai direto na lava do Vulcão, permanece obcecado pelo anel, afundando, sendo completamente destruído, mas sem tirar os olhos um instante sequer do anel. O filme tem certa vantagem ao poder trazer vários detalhes distintos em uma mesma cena, sem precisar tirar o foco central daquela situação. Provavelmente se o autor se prendesse em narrar cada instante da queda de Gollum e sua fixação pelo anel, acabaria perdendo o ritmo tenso da narrativa nesse instante tão crucial em que Frodo também corre risco de vida. No mais, ele retorna a cena mais de uma vez ao rosto de Sam para não nos deixar esquecer de sua presença ali, mesmo que ele não tenha nenhuma ação além de observar.