O Autor inicia o texto ressaltando diferenças existentes entre o alcance daquele que fala para a massa nos dias atuais e passados.
A primeira sessão (O Público e o Privado) trata justamente da diferenciação destes dois termos. Somos introduzidos a uma pequena referência da história do Público a partir das Grécia e como o Privado acabou tomando novas formas com o passar da Idade Média, adaptando-se à realidade que foi surgindo com as novas transformações sociais.
Afirma que a partir do século XVI em diante, público passa a "significar atividade ou autoridade relativa ao estado ou dele derivada" e privado "se referia às atividades ou esferas da vida que eram separadas ou excluídas daquela".
Traz em foco a interpretação da teoria do Direito de Hegel na qual a "sociedade civil é constituída da esfera de individuos privados. organizações e classes reguladas pelo direito civil e formalmente distintas do Estado."
Pela imagem fica óbvia a distinção de empresas públicas e privadas em nossa sociedade atual, contando ainda com o setor intermediário que não é nem completamente privado, nem completamente público.
Traz então a segunda diferenciação de Público e Privado: Público seria aquilo que está abertos aos nossos olhos, visivel a qualquer um e Privado, como parece óbvio, é justamente o contrário. Assim essa definição encaixa-se como "Abertura vs Segredo" ou "Visibilidade vs Invisibilidade".
Formando uma linha cronológica que parte da Grécia antiga vemos uma pequena amostra do que conhecemos hoje por democracia revelar-se como algo público. Todos podiam participar do governo de Athenas (Homens, acima de 20 anos, nascido em Atenas). Era aberto e visível.
Já na Idade Média a monarquia restringia a participação política para homens nobres em círculos fechados. Era algo particular. As aparições públicas diziam respeito à visibilidade, exaltação e afirmação do monarca e não ao exercício do poder.
Na segunda sessão Públicos sem Lugares: O Advento da publicidade mediada o autor traz o termo "publicidade tradicional de co-presença" exemplificando com uma execução em praça pública na Idade Média. Essa publicidade requer a presença de individuos em um mesmo local e estes podendo interagir com o que é trazido publicamente (um evento, etc...)
Dessa forma de publicidade surge a "publicidade mediada" agora em nosso tempo. Não precisamos mais da reunião de muitas pessoas em um espaço fisico, esta pode ser feita através do virtual, com gravações ou transmissões à distância. Isso tudo graças ao advento tecnológico e aperfeiçoamento midiático.
A palavra impressa serve como um meio de publicidade a fim de propagar determinaddas informações aos individuos que não estiveram presentes no local que determinado evento ocorreu. Esta forma de publicidade livra-se da necessidade do face-a-face mas acaba por depender do acesso aos meios de produção e transmissão da palavra impressa.
Com a criação da televisão há o surgimento de uma outra forma de visibilidade, essencialmente diferente da publicidade de co-presença. Nesta o locutor não vê quem o observa e o alcance é significativamente maior. Porém, não cabe a nós decidir o ângulo apresentado. Temos apenas aquela visão em imagens registradas pelo visor.
Com as palavras do teórico Social Michel Foucault, o autor lembra-nos que as sociedades antigas eram constituidas de espetáculos: os governantes precisavam provar publicamente seu poder e soberania. A visão de poucos mandava em muitos. Lentamente tivemos uma troca de valores e com as novas formas de disciplina e controle além da ascensão do poder público a visão de muitos passa a supervisionar a atitude de poucos.
Bentham, um filófoso inglês cria o modelo do Panopticon:
"O Panopticon é um modelo de prisão em que as celas estão dispostas circularmente, de maneira que os guardas em uma torre central têm visão perfeita de todas elas ao mesmo tempo. Os presos não vêem os guardas na torre, de modo que, em princípio, os guardas poderiam mesmo sair pra dar uma volta de vez em quando sem que ninguém soubesse. O Panopticon permitiria total visibilidade, e, portanto, controle, dos prisioneiros, e por isso foi escolhido pelo Foucault como símbolo da sociedade da disciplina."
Na terceira sessão acompanhada pelo título "A Administração da Visibilidade" vemos que antigamente a visibilidade de determinado governante requeria a Co-presença. Com o desenvolvimento da imprensa os monarcas viram a necessidade de se preocuparem com a audiencia não-presente. Valeram-se de pinturas, escritos, panfletos e xilogravuras a fim de promover sua imagem e fixar-se como autoridade.
Mas esta faca de dois gumes logo revelou-se mortal. Da mesma maneira que era possivel promover um monarca, a imprensa gerava a possibilidade de derrubá-lo pelos mesmo métodos.
E no último subtítulo do texto "Os limites do Controle: Gafes, Escândalos e outras fontes de problemas" vemos como a visibilidade criada pelos meios de comunicação acaba tornando-se um ponto frágil daqueles que precisam dela para se afirmar. A gafe (bastante comum) é de dificil contorno para aqueles sem muita visibilidade positiva. Enquanto os maiores on meio são capazes de contornar o dano causado. Vazamentos e escândalos dão-se quando não há harmonia entre a imagem mostrada e a real. O político por exemplo acaba deixando vazar a realidade de seu ser e, quando este for negativo, pode destruir para sempre sua carreira.
Laura, muito obrigado! Você acaba de me ajudar para prova de política da comunicação. rs
Perfeito!