- Judiciário: Passado - A acusação ou a defesa sempre será feita com base em fatos acontecidos anteriormente.
- Demonstrativo ou Epidítico: Presente - O juízo de valores sempre leva em consideração o estado atual das coisas - elogio ou censura
- Deliberativo: Tempo futuro - Delibera sobre algo que deverá ser feito por meio de conselhos ou desaconcelhos
A públicidade apresenta dominância do gênero deliberativo, ou seja, aconselha um grupo a julgar favoravelmente um produto, serviço ou marca - elogia-se o produto.
Esquema Aristotélico (Arte Retórica - Aristóteles)
Exórdio: Introdução/início do discurso, exprime o que se quer dizer (elogio, censura, conselho) – geralmente está presente no título
Narração: Menciona os fatos já conhecidos; dizer tudo o que ilustra o assunto; fácil e direto, sem excessos – importância que é atribuída ao produto, serviço ou marca
Provas: Devem ser demonstrativas; tempo futuro que recorre a fatos passados para aconselhar
Peroração: epílogo; dispor bem o ouvinte em nosso favor; amplificar ou atenuar o que foi dito; excitar as paixões no ouvinte; recapitulação (fechamento, conclusão) – retoma o título e/ou a narração.
• Os textos publicitários mais breves sintetizam e sobrepõem as fases do esquema aristotélico
A Escolha Lexical
• A construção de uma mensagem persuasiva resulta de uma cuidadosa pesquisa de palavras e campos semânticos que elas acionam: (Invadir x ocupar (Movimento Sem-Terra))
• Palavras escolhidas a dedo de modo a criar intimidade com o leitor
• A limitação vocabular é proposital e legitima o coloquialismo adotado pela publicidade
• Até mesmo as exceções são criteriosamente escolhidas
Figuras de Linguagem
Usadas para ampliar a expressividade da mensagem
ELIPSE
• Supressão de uma palavra facilmente subentendida. Consiste da omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto ou por elementos gramaticais presentes na frase com a intenção de tornar o texto mais conciso e elegante.
1) "No mar, tanta tormenta e tanto dano.” (Os Lusíadas – Camões)
2) "Na sala, apenas quatro ou cinco convidados." (Machado de Assis)
3) Quanta maldade na Terra. (Quanta maldade há na Terra)
ZEUGMA
• Forma particular de elipse em que a expressão subentendida já foi mencionada anteriormente.
1) João estava com pressa. Preferiu não entrar. (Ele, João, preferiu não entrar)
SILEPSE
• Figura de construção que trata da concordância que acontece não com o que está explícito na frase, mas com o que está mentalmente subentendido, com o que está oculto. É, portanto, uma concordância ideológica, que ocorre com a ideia que o falante quer transmitir.
1) O gaúcho é bravo e forte. Não fogem da luta.
PLEONASMO
• Redundância (proposital ou não) numa expressão, enfatizando-a.
1) Subir pra cima.
2) O elo que nos une.
POLISSÍNDETO
• Emprego repetitivo da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos de oração e geralmente é a conjunção "e" e/ou "nem”.
1) "Tudo é seco e mudo e de mistura
Também mudando eu fiz outras cores". (Euclides da Cunha)
ASSÍNDETO
• Consiste na omissão das conjunções ou conectivos.
1) "Soltei a pena, Moisés dobrou o jornal, Pimentel roeu as unhas."
(Graciliano Ramos)
2) Este é o vilão que de entre vós vos enganou, vos defraudou, que vos traiu porbcompleto.
INVERSÃO OU HIPÉRBATO
• Consiste na troca da ordem direta dos termos da oração (sujeito, verbo, complementos, adjuntos) ou de nomes e seus determinantes.
1) Aves, desisa de as ter! – Desisa de ter as aves.
ANACOLUTO
• Consiste numa irregularidade gramatical na estrutura de uma frase, como se começássemos uma frase e houvesse uma mudança de rumo no pensamento.
1) "Eu, também me parece que as leio, mas vou sempre dizendo que não.”
ANÁFORA
• Repetição da mesma palavra ou grupo de palavras no princípio de frases ou versos consecutivos.
1) Nem tudo que ronca é porco,
Nem tudo que berra é bode,
Nem tudo que reluz é ouro,
Nem tudo que balança cai,
Nem tudo que se fala se pode.
ALITERAÇÃO
• Consiste em repetir sons consonantais idênticos ou semelhantes em um verso ou em uma frase, especialmente as sílabas tônicas.
1) Em horas inda louras, lindas
Clorindas e Belindas, brandas
Brincam nos tempos das Berlindas
As vindas vendo das varandas.
(Fernando Pessoa)
ONOMATOPEIA
• Figura de linguagem em que se reproduz um som com um fonema ou palavra.
Ai! - dor ou grito
Ah! - grito
Ha Ha Ha! - riso
Au! - latido
Bang - tiro
Au! - latido
Bang - tiro
• Figura de Palavras
METÁFORA
• Consiste na comparação de dois termos sem o uso de um conectivo.
1) “Amor é fogo que arde sem se ver.”(Camões)
2) “Meu coração é um balde despejado.” (Fernando Pessoa)
METONÍMIA
• Consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de
semelhança ou a possibilidade de associação entre eles.
1) Palácio do Planalto – representa a presidência do Brasil
SINÉDOQUE
• É um tipo de metonímia que consiste na atribuição da parte pelo
todo, ou do todo pela parte.
1) Lemos Machado de Assis por interesse.
2) A igreja publicou seu novo livro.
CATACRESE
Consiste na utilização de uma palavra ou expressão que não descreve com exatidão que se quer expressar, mas é adotada por não haver uma outra palavra apropriada – ou a palavra apropriada não ser de uso comum; são como gírias do dia-a-dia, expressões usadas para facilitar a comunicação.
1) O pé da mesa estava quebrado.
2) Não deixe de colocar dois dentes de alho na comida.
SINESTESIA
• É a relação de planos sensoriais diferentes. Por exemplo: o gosto com o cheiro, ou a visão com o olfato.
1)Vamos respirar o ar verde do outono.
ANTONOMÁSIA
• Caracterizada pela substituição de um nome por outro nome ou expressão que lembre uma qualidade, característica ou um fato que de alguma forma identifique-o.
1) O apóstolo dos gentios – referindo-se a Paulo
• Figuras de Pensamento